19 de fevereiro de 2011

Capítulo Sete - Questões Mal Resolvidas

            Eu demorei alguns segundos para processar o que estava acontecendo direito. Ele não estava preso nesse mundo por causa da namorada. Ele estava aqui por causa da vingança contra a aminha mãe. Mas que diabos ela tinha feito?
            O ar ficou frio e o vento começou a aumentar, cortando o meu rosto. Fantasmas podem mudar o clima e fazer um bando de merda que só complicava a minha situação, sem contar que eles eram como pessoas normais, de carne e osso, para nós Caçadores.
            - Que diabos você está falando? – eu gritei para o garoto.
            Ele sorriu, um sorriso que me deu arrepios. Seus olhos estavam vermelhos e tinham uma expressão assassina neles.
            Confesso, fiquei assustada.
            - Sua querida mãe, Becaella Belle, matou o meu irmão.
            - Era o dever dela! Ele era uma maldita aberração!
            - Não. Ele era humano. Ela achou que ele fosse um desses anjos caídos e enfiou uma espada no seu coração.
            Minha mãe não cometia erros, eu tinha certeza. Se ela achou que ele era uma aberração, então ele era. Esse cara – o fantasma – tinha algum problema e eu que não ia pagar por isso.
            - Olha, esquece isso. Me matar não vai resolver nada. Até porque você não vai conseguir me matar.
            - Vamos ver. – ele sorriu outra vez.
            Merda. Fantasmas que ficaram por vingança eram os piores. Eles achavam que só iam para o outro lado – ou que quer que aconteça – quando conseguiam o que queriam: matar alguém. E aí, os Caçadores tinham que forçá-los a ir.
            Eu peguei meu punhal. Não restava outra opção a não ser matar esse desgraçado. Eu odiava matar fantasmas. Não era certo. Sabe-se lá o que acontecia com os fantasmas quando eles iam para a luz, ainda mais quando eles iam a força.
            Um pedaço de árvore veio na minha direção e eu escapei por pouco. Mas quando pulei para o lado, fiquei mais perto dele e assim que me virei ele já estava em cima de mim. Não deu tempo de escapar do soco que veio no meu queixo e me jogou no chão. É; isso doía.
            Toquei o lado do rosto, verificando se faltava algum dente. Sorte, ainda estavam ali. Tentei levantar, mas ele me acertou de novo, fazendo minha cabeça bater em uma raiz de árvore.
            Então, tudo ficou preto.

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