19 de fevereiro de 2011

Capítulo Oito - Quase Morta

            Eu desmaiei, mas não por muito tempo. A sensação das mãos dele em meu pescoço, tirando o meu ar, me acordou. Ótimo, eu teria uma morte lenta, pensei com sarcasmo.
            Mas me entreguei. Confesso que nunca pensei que desistiria. Sempre pensava que eu morreria lutando, que morrer seria minha última opção. Mas agora, eu só pensava que se eu morresse, a dor ia acabar. Nada de vingança, nada de lágrimas, nada de dor no coração.
            Eu me entreguei totalmente àquela sensação. Morrer parecia ser a melhor opção no momento. E eu estava agradecendo ao fantasma idiota pelos pensamentos. Claro que doía, sério mesmo, ter seu ar tirado a força, cada célula do seu corpo lutando para tentar achar oxigênio e sufocando na vã tentativa. Mas isso não era nada comparado ao que eu sentia por casa da minha mãe.
            E então, quando eu estava prestes a morrer, um uivo encheu o silêncio, distraindo meu assassino o suficiente para o aperto afrouxar e o ar entrar em meus pulmões em uma explosão, me acordando e me fazendo arfar.
            - Mas que por... – ele começou a falar esquecendo sua missão de me matar.
            O uivo encheu o ar outra vez e eu reconheci.
            - Lobisomem. – murmurei.
            E como se fosse atraído pela a minha voz, ele apareceu. Completamente transformado, metade lobo, metade homem, com os pelos grossos e cinzas e uma expressão assassina no rosto de besta.
            A primeira coisa que eu fiz? Pegar o meu punhal e matar o fantasma. A segunda? Rolar para o lado, evitando os dentes afiados com os quais aquela aberração tentou me pagar.
            Se eu queria morrer antes? Claro, mas isso era quando eu estava sendo sufocada por um fantasma. Mas morrer como comida de lobisomem? Não era uma opção que eu estava pensando em considerar.
            Então, eu simplesmente saltei e me preparei para atacar.

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