19 de fevereiro de 2011

Capítulo Dezesseis - Fora de Controle

            Eu encarava Henri, incrédula.
            - Repete. – eu pedi.
            - É o Eclipse da Alma. Acreditasse que ele surge de tempos em tempos e transfere seus poderes para uma criança que acabou de nascer. Os seus poderes vêm dele, B. Junto com os meus. É só o que eu sei. – ele explicou.
            Eu digeri aquilo.
            - O que é Eclipse da Alma?
            - De tempos em tempos, ele aparece. É apenas um eclipse normal, exceto que ele tem uma aura azul ao redor. Ele precisa achar alguém para transferir seus poderes, alguém puro. Então, ele escolhe uma criança, acho que aleatoriamente, não sei. Só sei que além desses poderes, você também atrai coisas perigosas, pessoas tentam te matar, essas coisas. Não existem muitos registros sobre isso.
            Eu assenti. Então era por isso que todos tentavam me matar. Parecia a maior loucura do mundo e era. Mas eu sabia que ele estava falando a verdade. Não sei como, já que meus poderes não funcionam com aberrações, mas eu sabia.
            Meu irmão chegou nesse momento. Ele rosnou quando viu Henri.
            - Um vampiro, Belle? Obrigado pelo lanche extra.
            - Erick, não. Ele é diferente.
            Erick riu., um som frio e cruel.
            - Esqueceu de mencionar o lobinho. – Henri disse fitando meu irmão.
            - Erick, não me obrigue a fazer algo que não quero.
            - Você vai me matar, Belle? Seu próprio irmão? Achei que me amasse demais, não foi o que disse? Que ia me amar mesmo eu sendo uma aberração? Então, esse sou eu agora.
            Sem mais uma palavras, Erick pulou em cima de Henri, os dentes a mostra.
            Henri era mais rápido que Erick. Ele pulou por cima do meu irmão e o golpeou nas costas. Erick caiu gemendo no chão, mas parecia que tinha percebido o que estava acontecendo.
            - Belle, eu machuquei você? Me desculpe, Belle. Eu não sei o que aconteceu, eu... – ele murmurava com lágrimas nos olhos.
            - Ei, tudo bem, Erick. Foi só o seu instinto. Vai ficar tudo bem.
            - Como pode dizer isso? – ele quase rosnou. – Eu podia ter te matado!
            - Mas não matou. A gente vai resolver isso. – eu disse com a voz calma.
            Ele assentiu, o corpo inteiro tremendo. Eu o abracei, sem me importar que ele era um lobisomem. Agora, isso já não parecia ser tão ruim. Eu passei a minha vida inteira caçando coisas como ele, odiando-os, mas por quê? Porque minha mãe disse que era o certo? Não parecia ser agora, não quando eles não estavam ferindo ninguém.
            Ah, merda! Eu estava virando simpatizando de monstros!
            - Eu vou indo, B. – Henri disse com um sorriso torto.
            - Tudo bem. Vejo você amanhã? – eu perguntei ansiosa.
            O vampiro assentiu e sumiu de vista.
            - Namorando um vampiro, Belle? Qual é, achei que tinha te ensinado a ficar longe de criaturas como eu. – meu irmão disse com a voz divertida. – O que aconteceu com você? Amiga de um fantasma, anjos, zumbis e apaixonada por um vampiro? Onde foi que eu errei?
            - Cale a boca, Erick. – eu falei. Mas senti que em certo ponto ele estava certo. Eu estava me apaixonando.

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